terça-feira, 4 de março de 2014

Inimigo Insuspeito

Um novo padrão de resistência a antibióticos poderá nos expor a uma enorme variedade de infecções bacterianas

 
 
Maryn McKenna
EM MEADOS DE 2008, Timothy Walsh, da Cardiff University, no País de Gales, recebeu e-mail de um amigo. Era Christian Giske, médico da faculdade de medicina do Instituto Karolinska, da Suécia. Ele tratava de um homem de 59 anos, hospitalizado em janeiro daquele ano em Örebro, cidadezinha a cerca de 160 km de Estocolmo. Diabético havia anos, o paciente sofrera vários derrames cerebrais e recentemente desenvolvera profundas úlceras cutâneas (também chamadas de úlceras de decúbito ou pressão). Mas nada disso era o assunto de Giske. O médico estava preocupado com uma bactéria que um rotineiro exame de cultura havia revelado na urina do homem. Walsh, que dirige um laboratório de genética da resistência bacteriana, estaria disposto a dar uma olhada no microrganismo?

Walsh concordou e submeteu a amostra a mais de uma dezena de ensaios. Tratava-se de uma Klebsiella pneumoniae, bactéria que, em pacientes hospitalizados, é uma das causas mais frequentes da pneumonia e de infecções da corrente sanguínea. Mas essa linhagem tinha uma novidade: um gene que Walsh nunca vira antes. Ele tornava a Klebsiella, já resistente a muitos antibióticos utilizados em tratamentos médicos críticos, insensível ao único grupo remanescente que funcionava de modo confiável e seguro – os carbapenemas, ou medicamentos de último recurso. Os pesquisadores descobriram que a única medicação com efeito sobre a cepa resistente era a colistina, fora de uso há anos devido aos seus efeitos tóxicos nos rins. Walsh chamou a enzima produzida por esse gene de Nova D’lhi metalo-beta-lactamase, ou NDM-1, devido à cidade onde o paciente adquiriu a infecção antes de retornar à Suécia.

Se havia um caso desses, refletiu Walsh, provavelmente haveria outros, e ele, Giske, e uma equipe de colaboradores foram à procura de pistas nessa direção. Em agosto de 2010, eles publicaram seus relatos na revista médica Lancet Infectious Diseases: eles haviam detectado 180 casos de pacientes portadores do gene. O NDM-1 estava amplamente difundido em Klebsiellas na Índia e no Paquistão, e já se alastrara para o Reino Unido por meio de viajantes que estiveram no sul da Ásia para tratamento médico ou visita a amigos e familiares. Pior, em alguns poucos casos, o microrganismo havia se propagado para outro gênero bacteriano – de Klebsiella para Escherichia coli, bactéria que vive nos intestinos de animais de sangue quente e é onipresente em nosso ambiente. Essa transferência levantou a possibilidade de o gene não permanecer confinado a hospitais e infecções hospitalares, mas espalhar-se transportado por bactérias alojadas em pessoas comuns e alastrando-se por apertos de mãos, beijos ou maçanetas de portas, entre outros meios.



A transferência também sugeriu outra possibilidade: de que o delicado e oscilante equilíbrio entre microrganismos e medicamentos, estabelecido em 1928 com a descoberta da penicilina, estava a ponto de desmoronar e pender a favor das bactérias. Nesse caso, muitas infecções fatais, controladas durante décadas com antibióticos, estariam na iminência de voltar à tona como numa vingança.


UM NOVO PADRÃO DE RESISTÊNCIA
O FIM DO MILAGRE DOS ANTIBIÓTICOS não é um tema novo. Desde que surgiram houve resistência a eles: a primeira bactéria resistente à penicilina apareceu antes mesmo que o medicamento chegasse ao mercado, na década de 1940. E, durante quase todo esse período, os médicos têm alardeado a possibilidade de um esgotamento de opções medicamentosas, devido à propagação global de organismos resistentes à penicilina nos anos 50, seguida por uma insensibilidade à meticilina nos anos 80 e à vancomicina na década de 90.

Dessa vez, porém, o prognóstico de uma maldição pós-antibiótica vem de uma parte diferente do mundo microbiótico. Os genes que conferem resistência aos carbapenemas – não apenas o NDM-1, mas toda uma lista alfabética de outros tipos – surgiram no decorrer da última década em um grupo particularmente desafiador de bactérias, chamadas gram-negativas. Essa designação, que empresta o nome de um cientista dinamarquês do século 19, indica superficialmente a reação a uma técnica de coloração que ilumina a membrana celular. Mas sua conotação é muito mais complexa. Bactérias Gram-negativas são promíscuas: elas inter cambiam facilmente fi lamentos de DNA, de modo que um gene de resistência que surge, por exemplo, na Klebsiella, pode migrar rapidamente para a E. coli, Acinetobacter e outras espécies gram-negativas. (Comparativamente, é muito mais provável que os genes resistentes em espécies gram- positivas se agrupem dentro do próprio grupo.) Os germes gram-negativos são mais difíceis de ser eliminados com antibióticos, porque dispõem de uma membrana em camada dupla que até medicamentos potentes têm dificuldade de penetrar; e eles também apresentam certas defesas celulares internas. Além disso, existem menos opções para combatê-los. As empresas farmacêuticas estão desenvolvendo poucos antibióticos de nova geração de qualquer gênero. Contra as persistentes bactérias proteicas gram-negativas, elas nem ao menos têm novos compostos de reserva ou em processo de elaboração.

O que tira o sono das autoridades do sistema de saúde é a possibilidade de genes resistentes aos carbapenemas se propagar sem ser detectados, além dos hospitais, no organismos que provocam doenças comuns e cotidianas – como a E. coli, responsável pela maioria dos milhões de infecções do trato urinário.
MILAGRE ANTIBIÓTICO
A BATALHA DE 83 ANOS entre bactérias e antibióticos desenvolvidos para enfrentá-las situa-se em algum ponto entre um jogo eletrônico “Whack-a-Mole” (em que o jogador deve desferir marteladas nas cabeças que despontam de buracos em um tabuleiro na máquina ou no monitor do computador) e uma estratégia nuclear de “destruição mútua garantida”. Para quase todos os antibióticos desenvolvidos, as bactérias criaram um fator de resistência que as protege de ataques. E para quase todo fator de resistência as companhias farmacêuticas produziram uma alternativa mais potente – até agora. Com o tempo, a batalha gradualmente foi pendendo para o lado dos microrganismos, como uma gangorra que se desequilibra lentamente. Afinal, as bactérias têm a evolução a seu lado. Elas precisam de apenas 20 minutos para produzir uma nova geração, enquanto é necessário uma década ou mais para pesquisa e desenvolvimento de um novo medicamento. Além disso, qualquer utilização de antibióticos estimula o aparecimento da resistência ao exercer o que é conhecido como “pressão seletiva”. Tipicamente, algumas poucas bactérias, com mutações aleatórias bem-sucedidas, sobrevivem ao ataque do antibiótico. Elas se reproduzem, preenchem o
espaço vital que o medicamento criou (limpou) para elas ao matar suas congêneres mais fracas, e transmitem à nova geração os genes que as protegeram. (Por isso é tão importante tomar a dose completa de antibióticos: para eliminar todas as bactérias de uma infecção e não apenas as mais frágeis e suscetíveis.) Mas a resistência não se propaga apenas por herança genética. Ao intercambiar filamentos de DNA, as bactérias podem adquirir resistência sem terem sido expostas ao medicamento contra o qual os genes as protegem.

Pode-se observar esse padrão cíclico de resistência na evolução do Staphylococcus aureus, um organismo gram-positivo de membrana única. Primeiro ele tornou-se insensível à penicilina, em seguida às suas formas sintéticas – inclusive à meticilina, o que lhe rendeu o nome de Staphylococcus aureus resistente à meticilina, ou SARM (também conhecido por sua sigla em inglês MRSA, de Methicillinresistant Staphylococcus aureus). Depois, ele tornou-se refratário às cefalosporinas, como o Keflex e, por fim, à vancomicina, o potente medicamento de último recurso contra a SARM. As bactérias gramnegativas seguiram padrão similar, neutralizando as penicilinas, cefalosporinas, os macrolídeos (eritromicina e azitromicina, ou Zitromax) e as lincosamidas (Clindamicina). Mas até recentemente, os carbapenemas conseguiam combater segura e confiavelmente mesmo as infecções mais persistentes, tornando-se a última barreira entre infecções tratáveis e intratáveis. Esses medicamentos eram baratos, confiáveis e de amplo espectro, ou seja, agiam contra muitos organismos, e eram muito, muito potentes.

Talvez as pesquisas nos possibilitem sair desse dilema com mais uma classe inédita de antibióticos – pelo menos até que as bactérias os neutralizem mais uma vez. Mas sem a perspectiva do aparecimento de novos medicamentos nessa “janela de produção”, de 10 anos, capaz de eliminar essas superbactérias de última geração, é possível que tenhamos de conviver com o risco de muitos tipos de infecções intratáveis por um tempo desconfortavelmente longo.

A situação já seria suficientemente grave se estivesse limitada às poucas centenas de casos que apresentaram o gene NDM-1 até agora. Mas nos últimos cinco anos, outro germe que confere uma resistência similar – chamado KPC, abreviação de Klebsiella pneumoniae carbapenemase – propagou-se rapidamente pelo mundo.

EXPONDO UMA AMEAÇA OCULTA
QUANDO WALSH E GISKE PUBLICARAM seus resultados sobre o NDM-1 na
revista Lancet Infectious Diseases, no verão passado, imediatamente desencadearam furor internacional. Autoridades indianas da área de saúde protestaram com veemência, acusando os médicos ocidentais de tentar invejosamente minar a florescente indústria do turismo médico do subcontinente.


A primeira detecção do KPC não provocou esse tipo de alvoroço. Ele chegou discretamente em 1996, em uma entre centenas de amostras bacterianas colhidas em hospitais de 18 estados americanos. O projeto que as solicitou, chamado Icare, era um esforço conjunto dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e da vizinha Emory University, ambos sediados em Atlanta, na Geórgia. (A sigla Icare, em inglês, significa Project Intensive Care Antimicrobial Resistance Epidemiology ou “Projeto de Terapia Intensiva da Epidemiologia de Resistência Antimicrobiana”.) A meta do projeto era saber como os antibióticos estavam sendo utilizados em unidades de terapia intensiva e outros departamentos hospitalares, na esperança de antever onde o próximo organismo resistente poderia aparecer.

Uma cultura isolada, enviada por um hospital nunca identificado publicamente da Carolina do Norte, revelou ser uma Klebsiella. Isso não era incomum. Trata-se de uma infecção hospitalar comum, consequência quase inevitável dos tratamentos intensivos: elevadas doses de antibióticos de amplo espectro abalam a ecologia do trato intestinal e provocam diarreia, que contamina o ambiente ao redor dos pacientes e as mãos dos profissionais que tratam deles. “Se você considerar pacientes internados em uma UTI, sedados, acoplados a um respirador, eles não podem se levantar e ir ao banheiro”, pondera Arjun Srinivasan, diretor-adjunto do CDC para programas de prevenção de infecções associadas à assistência médica. “ Se eles forem incontinentes, a equipe de profissionais terá de higienizá-los. Há muitos equipamentos próximos aos pacientes e muitas superfícies que podem ser contaminadas.”

Se a infecção por Klebsiella em uma UTI não foi uma surpresa, os resultados de sua análise foram. Como esperado, a cultura isolada da Carolina do Norte mostrou ser resistente a uma longa lista de antibióticos, inclusive a penicilina e alguns outros medicamentos parecidos. Mas a amostra também era resistente a dois carbapenemas
– imipeném e meropeném – aos quais a Klebsiella sempre havia respondido. A amostra não era totalmente resistente, mas os resultados dos testes do CDC indicaram que doses elevadas de carbapenemas seriam necessárias para tratar qualquer infecção provocada por ela. A enzima que proporcionava aquela resistência atacou os medicamentos carbapenêmicos antes mesmo que eles pudessem atravessar a membrana interna na parede bacteriana.
Ninguém havia observado um padrão de resistência como o KPC antes. Ele deixou os epidemiologistas que o manipulavam inquietos – como se estivessem pressentindo o soar de um alarme distante. “Era um novo tipo de resistência, mas quando há apenas uma cultura isolada, você não sabe quanto comum ela será”, explica Jean B. Patel, vice- diretor do Departamento de Resistência Antimicrobiana, do CDC. “E durante um longo tempo não apareceram outras culturas isoladas como essa.”

Durante anos, a amostra de Klebsiella da Carolina do Norte permaneceu um feliz acaso preocupante. Então, em meados do ano 2000, pacientes em quatro UTIs do Hospital Tisch, parte do Centro Médico Langone, da New York University, na zona leste de Manhattan, começaram a desenvolver infecções excepcionalmente agressivas de Klebsiella, resistentes a quase todas as categorias de drogas que um médico de UTI gostaria de utilizar. Foi a primeira vez que médicos da NYU viram infecções resistentes a carbapenemas. Catorze pacientes contraíram pneumonias altamente resistentes a medicamentos, bem como infecções cirúrgicas e da corrente sanguínea. Outros 10 eram portadores da bactéria KPC, porém assintomáticos. Oito dos 24 morreram. Ao fazer uma análise laboratorial, o hospital descobriu que a cepa de Klebsiella que tinham exibia o mesmo gene KPC que a amostra original da Carolina do Norte.

Em breve, o hospital também experimentaria o desafio de conter o microrganismo resistente. Com tantos medicamentos que se mostraram ineficientes, a única opção foi impor a antiquada ferramenta de uma limpeza rigorosa, para garantir que a bactéria resistente não se espalhasse ainda mais pelas mãos de profissionais desavisados. O Centro Médico Langone isolou os pacientes infectados e exigiu que qualquer um que entrasse em seus quartos vestisse roupas e luvas esterilizadas e descartáveis, e controlou o uso de substâncias para lavar a desinfetar as mãos. Quando essas medidas se mostraram insuficientes, eles mudaram as soluções desinfetantes utilizadas nas UTIs. Como elas persistiram, eles concentraram os cuidados em pacientes infectados e descobriram que alguns deles, com infecções do trato urinário, estavam sendo respingados quando suas bolsas coletoras de urina eram trocadas – respingos que contaminavam tanto os profissionais como o ambiente.

Dois anos depois, a mesma superbactéria altamente resistente apareceu de alguma forma em hospitais do Brooklyn, reforçando ainda mais como pode ser difícil conter a Klebsiella que abriga o gene KPC. Um hospital identificou dois pacientes infectados em agosto de 2003, colocou-os em isolamento e imediatamente intensificou suas práticas de controle de infecções e, ainda assim, no final de fevereiro de 2004, outros 30 casos diagnosticados haviam se espalhado pelo hospital. Outra instituição identificou um paciente em dezembro de 2003; encontrou dois outros em fevereiro do ano seguinte e mais 24 pacientes adicionais até o final de maio daquele ano – todos infectados no hospital, apesar dos esforços agressivos para estancar a propagação do microrganismo.

Bactérias portadoras do KPC apareceram no Hospital do Harlem, onde provocaram um surto de sete infecções de corrente sanguínea em 2005; apenas dois pacientes sobreviveram. Elas também surgiram no Centro Médico Mount Sinai, na Upper East Side, bairro nobre de Nova York, onde os pesquisadores começaram a testar todos os pacientes admitidos em três unidades de terapia intensiva, na esperança de controlar a epidemia que se espalhava rapidamente. O que eles descobriram ajudou a explicar por que as bactérias estavam se tornando um sério problema: 2% de todos os pacientes de UTI eram portadores da cepa resistente – sem manifestar sintomas, mas constituindo um risco de infecção para os outros.

Os hospitais de Nova York haviam se transformado em incubadores de germes resistentes, algo que os números nacionais confirmaram. Em 2007, 21% das amostras de Klebsiella coletadas na metrópole portavam o gene KPC, em comparação aos 5% constatados no restante do país. Em 2008, os hospitais nova-iorquinos informaram que os índices de KPC haviam saltado para 38%.

Pacientes internados em UTIs estão gravemente enfermos por definição – eles sofrem de trauma, câncer, falência de órgãos –; portanto, a morte deles pode ser difícil de estabelecer, sem uma causa específica. Mas em certos casos que envolvem o KPC não há dúvida, avalia John Quale, professor-adjunto de medicina do Centro de Ciência da Saúde da State University of New York, mais conhecido como Suny/Downstate Medical Center, no Brooklyn, que tratou alguns dos primeiros casos na cidade de Nova York. “Evidentemente, houve situações em que o tratamento falhou apesar de todos os esforços”, declara ele. “E pacientes morreram.”
A partir de nova york, a Klebsiella KPC se alastrou. Primeiro, ela foi encontrada em lugares frequentemente visitados pelos nova-iorquinos – Nova Jersey, Arizona e Flórida – e depois muito mais além.

A resistência aos carbapenemas não é uma doença notificável; ou seja, um laboratório clínico que detecta sua presença não é obrigado a informar as autoridades de saúde pública. Consequentemente, a real dimensão da propagação do gene é desconhecida. Mas em 2009 metade dos hospitais de Chicago havia descoberto o KPC em pelo menos alguns de seus pacientes. Um ano depois, a proporção de hospitais da cidade que reportavam a presença do gene havia saltado para 65%. No final de 2010, a superbactéria já havia infectado gravemente pacientes hospitalares em 37 estados americanos. Quando o CDC começou a rastrear a superbactéria, as autoridades constataram que os hospitais estavam despreparados para sua chegada. “Vimos reiteradas vezes que uma cultura isolada enviada para nós acabaria não sendo a primeira em um hospital”, declara Patel, do CDC. “Ao verificarem seus dados anteriores, os cientistas descobriam casos prévios que simplesmente não tinham chamado a atenção de ninguém.”

Em fevereiro de 2005, um homem de 80 anos que sofria de câncer da próstata procurou atendimento de emergência perto de onde vivia, em Paris. Após ser internado, os médicos constataram que ele estava infectado por bactérias Klebsiella do KPC provavelmente oriundas de uma cirurgia a que se submetera em Nova York alguns meses antes. Essa foi a primeira propagação do KPC dos Estados Unidos para outro país de que se tem conhecimento; mas não a última. Pouco tempo depois, organismos portadores de KPC foram detectados na Colômbia, no Canadá, na China e na Grécia. Em um hospital de Tel Aviv, essas bactérias provocaram um surto que afetou 45 pessoas e se alastrou por meio de pacientes e profissionais de saúde para a Inglaterra, Noruega, Suécia, Polônia, Finlândia, Brasil e Itália.

E AGORA?
DE ACORDO COM UMA DECLARAÇÃO da Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro passado, as autoridades da área de saúde agora consideram a disseminação da resistência a carbapenemas – de KPC, NDM-1 e outros genes – um “fenômeno de saúde pública de interesse internacional”. (Este ano, a agência internacional escolheu como tema do Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril, a “Resistência antimicrobiana e sua propagação global”.) A declaração se deve, em parte, ao pouco que pode ser feito para inibir a propagação de organismos resistentes a carbapenemas: só alguns antibióticos ainda são eficientes para combatê-los e estão longe de ser perfeitos.

A maioria dessas infecções ainda responde à tigeciclina, medicamento mais recente, e à colistina, um antibiótico descoberto décadas atrás. A tigeciclina, liberada em 2005, foi a primeira de uma nova classe de antibióticos chamada glicilciclinas e, como as bactérias nunca tinham sido expostas ao seu mecanismo de ação, têm sido lentas para desenvolver resistência. Mas a tigeciclina não se dispersa bem no sangue ou na bexiga, o que a torna ineficaz para combater infecções da corrente sanguínea e do trato urinário provocadas pelo KPC e o NDM-1. (Além disso, no ano passado, o FDA atualizou o rótulo da tigeciclina e acrescentou a advertência de que alguns pacientes com infecções graves inexplicavelmente correm maior risco de morte.) A colistina, em contraposição,
pertence a um pequeno grupo de medicamentos, chamados polimixinas, que remonta à década de 1940. Ela tem seus próprios problemas: além de danificar os rins, ela não penetra bem nos tecidos. Essas restrições impediram que fosse amplamente utilizada durante décadas e pode ser justamente isso que preservou sua utilidade durante tanto tempo – à medida que seu emprego aumentou nos últimos anos, a resistência a ela também se intensificou.

Mas além da tigeciclina e da colistina praticamente não temos nada. Entre 1998 e 2008, o FDA aprovou 13 novos antibióticos. Apenas três deles tinham mecanismos de ação inéditos – algo contra o que as bactérias ainda não têm resistência. Em 2009, a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas somou os esforços de pesquisa para criar novos antibióticos. Entre as centenas de pedidos de aprovação para medicamentos submetidos anualmente ao FDA, 16 antibióticos em algum estágio de desenvolvimento. Oito deles destinavam-se ao tratamento de bactérias Gram-negativas, mas o número de remédios que de fato podiam ser utilizados contra organismos altamente resistentes era nulo.
Essas estatísticas defendem a tese de que, sem afirmá-lo explicitamente, a maior parte da indústria farmacêutica decidiu que é um desafio muito grande desenvolver medicamentos para combater infecções resistentes a carbapenemas que só podem ser utilizados pouco tempo antes que surja nova resistência e não vale a pena pesquisar e desenvolvê-los. “Estamos chegando ao ponto em que precisamos começar a investir seriamente muito dinheiro em compostos novos – algo que nunca vimos antes e, mais importante, que as bactérias também não viram antes”, adverte Walsh. “E não necessitamos de apenas um ou dois. Precisamos de 10 ou 20.”

A expansão da epidemia obrigou os hospitais a reavaliar suas próprias medidas de assepsia. Os que conseguiram controlar as bactérias dizem que o esforço exige um esforço descomunal. Seus protocolos incluem higienizar os pacientes diariamente com antissépticos e limpar todas as superfícies em seus quartos, incluindo cantos e frestas de monitores e computadores a cada 12 horas. “Preocupo- me com a desinfecção de superfícies. É onde os hospitais tipicamente pecam”, relata Michael Phillips, chefe do departamento de controle de infecções do Centro Médico Langone, onde ocorreu o surto inicial em Nova York. Phillips ajudou a desenvolver um inédito projeto chamado “equipe limpa”, que reúne peritos em controle de infecções com o pessoal de manutenção do edifício hospitalar. A equipe eliminou a ocorrência de várias infecções decorrentes da assistência médico-hospitalar nos primeiros seis meses.

As mais recentes notificações de KPC mostram precisamente o quanto os profissionais de saúde devem ser obstinados por limpeza. No ano passado, 28 pacientes em dois hospitais franceses foram infectados por Klebsiella resistente por meio de endoscópios, tubos flexíveis de fibras ópticas inseridos pela garganta até o trato digestivo. Os hospitais acreditavam ter esterilizado seus equipamentos, mas a KPC passara despercebida.

As equipes de profissionais da saúde também estão intensificando a vigilância, na esperança de identificar pacientes portadores de bactérias resistentes para que sejam isolados antes de infectar outros. A França, por exemplo, criou o teste obrigatório com esfregões retais para todos os pacientes que foram hospitalizados em outros países. O exame, realizado no primeiro dia subsequente à sua admissão em um hospital francês, visa verificar a presença de uma infecção resistente a multimedicamentos. “Em meu hospital recebemos um paciente transferido do Marrocos que era portador de resistência a carbapenemas”, relatou Patrice Nordmann, chefe dos departamentos de bacteriologia e virologia do Hôpital Bicetre, em Paris, que tratou o primeiro caso francês de KPC, em 2005. “Isolamos o paciente, soamos o alarme e evitamos um surto.” Em 2009, o CDC publicou diretrizes abrangentes para ajudar os hospitais a controlar bactérias resistentes a carbapenemas. A agência não recomendou a estratégia francesa de testar todos os pacientes antes de admiti-los argumentando que as bactérias ainda estavam distribuídas de forma muito desigual pelo país para justificar o custo e tempo gasto pelos funcionários.

Manter organismos resistentes a carbapenemas fora de hospitais não é importante apenas para controlar surtos entre pacientes debilitados. É também imprescindível para prevenir sua disseminação entre os profissionais de saúde. Quale e outros que documentaram a propagação da KPC em Nova York especulam que algumas dessas bactérias podem ter sido transportadas involuntariamente por médicos, enfermeiras e equipes de nível intermediário que trabalhavam em várias instituições. Mais importante ainda é impedir que bactérias portadoras de KPC compartilhem seus genes de resistência com outras espécies bacterianas, como a E. coli, presentes no hospital, mas que também prosperam fora dele. Uma E. coli fortifi cada por KPC poderia escapar da instituição, ficando fora do alcance de qualquer esquema de vigilância.

Olhando para o futuro, os pesquisadores preveem que linhagens de bactérias gram- negativas completamente resistentes surjam muito antes que os medicamentos que poderiam combate-las. Alguns nem precisam imaginar que isso aconteça; eles já viram isso acontecer. Há três anos, médicos do Hospital St. Vincent’s, em Manhattan, trataram dois casos de Klebsiellas resistentes a tudo o que existia em seus arsenais. Um paciente sobreviveu. O outro morreu. “É uma raridade para um médico no mundo desenvolvido ter um paciente vítima de uma infecção avassaladora para a qual não existem opções terapêuticas”, escreveram eles em uma revista de medicina. “Não tínhamos um tratamento eficaz a oferecer.” A não ser que a evolução bacteriana desacelere ou que o desenvolvimento de medicamentos acelere, casos como esse em breve poderão tornar-se muito mais comuns.
by: C.A

segunda-feira, 3 de março de 2014

A responsabilidade em relação à água

A responsabilidade em relação à água
Por Ulisses Capozzoli
A estiagem atípica deste verão, com chuvas reduzidas e na melhor das hipóteses localizadas, traz um conjunto de questões que merecem a reflexão por parte de pessoas com noção de cidadania e, portanto, de vida em comunidade que, em ultima instância, é o que as cidades são: comunidades humanas.
Os humanos são animais sociais e a evidência mais clara disso é exatamente a da vida comunitária, em aldeamentos, povoados, vilas, cidadezinhas, cidades médias, grandes, metrópoles e megalópoles, caso em que cidades fundem-se entre si (conurbação) para formar um único e gigantesco espaço urbano.
Cidades, de um modo geral, ainda que isso valha mais especificamente para os grandes espaços urbanos, exigem uma enorme complexidade em termos de abastecimento de bens como alimentos e principalmente água.
E o que a estiagem deste verão está mostrando é que o abastecimento de água na cidade de São Paulo e outras está em risco, por esgotamento dos reservatórios e limitação das fontes de abastecimento desses estoques hídricos.
Em princípio isso não faria sentido, considerando que o Brasil detém perto de 14% dos estoques mundiais de água doce, o que significa dizer que, neste critério, somos os mais favorecidos em escala planetária.
Ausência de planejamento urbano, infraestrutura precária e má gestão pública do espaço urbano, algo histórico no Brasil, entre outros efeitos, anulam, no entanto, essa posição natural privilegiada e corremos o risco de enfrentar racionamento d’água, se as chuvas não chegarem logo e em abundância.
Administradores públicos têm apontado que o desconto no preço da água, adotado em caráter de urgência e absolutamente procedente está contribuindo para a economia.
O que pretendem com isso é capitalizar, com oportunismo, uma atitude cidadã das pessoas, evidência de que o conjunto da sociedade é capaz de iniciativas e movimentos de solidariedade, preservação, responsabilidade e respeito em relação a questões como a garantia no abastecimento de água.
O que já não se pode dizer de empresas públicas encarregadas do abastecimento de água e isso vale tanto para as megalópoles quanto para as pequenas cidades.
A média brasileira é de perda de 37% da água tratada e potencialmente disponível para consumo por vazamentos numa rede de qualidade insatisfatória.
Na cidade de São Paulo esse índice baixa para 26,5%, mas ainda assim é elevado em comparação, por exemplo, com as perdas do Japão, que não superam os 3%.
E em São Paulo a Sabesp, empresa encarregada dos serviços de água e esgoto, ainda é uma das responsáveis pelo esburacamento diário das ruas, sem reparos à altura, o que torna a qualidade das pistas de rolamentos para automóveis e trânsito de pedestres quase uma aventura.
Atitudes como a que o conjunto da população está tomando, no sentido de economizar o consumo de água, de forma a evitar racionamento e situações ainda mais imprevisíveis são fundamentais não só em casos como o da água, evidentemente. Elas se estendem a todo o conjunto de relações que dizem respeito à vida comunitária em especial nas grandes cidades e nas megalópoles.
O noticiário diário da mídia, carregado de negativismo e previsões sombrias, certamente deve abrir algum espaço para uma atitude que, na essência, é a fundamental: a atitude responsável, respeitosa e consequente do conjunto da sociedade em relação a um bem que é indispensável para a vida: a água.

A mente da tia Millie

 

A morte cerebral significa que experiências subjetivas são neuroquímicas

Michael Shermer
Ilustração por Brian Cairns
“Onde está o vermelho em seu cérebro?”.A pergunta foi feita por Deepak Chopra em seu simpósio Sages and Scientists, em Carlsbad, na Califórnia, em 3 de março. Um exército de apresentadores argumentou que a falta de uma teoria neurocientífica completa que explique como a atividade neural se traduz em experiências conscientes (como “vermelhidão”) significa que uma abordagem fisicalista é inadequada ou errada. “A ideia de que experiências subjetivas resultam da atividade eletroquímica permanece uma hipótese”, escreveu Chopra por e-mail. “É tão especulativa quanto a ideia de que a consciência é fundamental, leva à atividade cerebral e cria propriedades e objetos do mundo material”.

“Onde está a mente da tia Millie quando seu cérebro morre devido a Alzheimer?”, perguntei a Chopra. “A tia Millie era um padrão de comportamento impermanente do Universo e retornou ao potencial de onde surgiu”, respondeu. “Na filosofia das tradições orientais, o ego é uma ilusão e o objetivo da iluminação é transcender a uma identidade mais universal não-local, não-material”.

A hipótese de que o cérebro cria a consciência, porém, tem muito mais evidências a seu favor do que a hipótese de que a consciência cria o cérebro. Danos ao giro fusiforme do lobo temporal, por exemplo, provocam cegueira facial, e a estimulação dessa mesma área faz as pessoas verem rostos espontaneamente. Danos provocados por AVCs à região do córtex visual chamada V1 levam à perda de percepção visual consciente. Mudanças na experiência consciente podem ser medidas diretamente por RM funcional, eletroencefalografia e registros de neurônios isolados. Neurocientistas conseguem prever escolhas humanas a partir da atividade cerebral antes que o próprio sujeito esteja consciente delas. Usando apenas varreduras cerebrais, eles foram até capazes de reconstruir, no computador, o que alguém vê.

Milhares de experimentos confirmam a hipótese de que processos neuroquímicos produzem experiências subjetivas. O fato de neurocientistas não concordarem sobre qual teoria fisicalista descreve melhor a mente não significa que a hipótese de que a consciência cria a matéria tenha o mesmo peso. Em sua defesa, Chopra me enviou um artigo de 2008, publicado na Mind and Matter, do cientista cognitivo da University of California, Irvine, Donald D. Hoffman: Conscious Realism and the Mind-Body Problem (“Realismo Consciente e o Problema Mente-Corpo”, literalmente). O realismo consciente “afirma que o mundo objetivo, i.e., o mundo cuja existência não depende das percepções de um observador em particular, consiste inteiramente de agentes conscientes”. A consciência é fundamental para o Cosmos e produz partículas e campos. “Ela não é tardia na história evolutiva do Universo, surgindo de interações complexas de matéria e campos inconscientes”, escreve Hoffman. “A consciência vem primeiro; a matéria e os campos é que dependem dela para existir”.

Onde estão as evidências mostrando que a consciência é fundamental ao Cosmo? Aqui Hoffman se volta para como observadores humanos “constroem as formas visuais, cores, texturas e movimentos dos objetos”. Nossos sentidos não constroem uma aproximação da realidade física em nosso cérebro, argumenta ele. Em vez disso, funcionam como um sistema de interface gráfica de usuário que tem pouca ou nenhuma semelhança com o que realmente acontece no interior de um computador. Na visão de Hoffman, nossos sentidos trabalham para construir a realidade, não reconstruí-la. Por fim, isso “não requer a hipótese de objetos físicos de existência independente”.

Como a consciência faz a matéria se materializar? Ele não diz. Onde (e como) a consciência existia antes de haver matéria? Não sabemos. Até onde posso ver, toda a evidência aponta na direção de cérebros gerando mentes, mas nenhuma evidência indica causalidade inversa. Toda essa linha de raciocínio parece, na verdade, ser baseada em algo semelhante ao argumento do “Deus das lacunas”, onde lacunas fisicalistas são preenchidas por agentes não-fisicalistas, sejam divindades oniscientes ou agentes conscientes.

Ninguém nega que a consciência é um problema difícil. Mas antes de a elevarmos ao nível de agente independente capaz de criar sua própria realidade, vamos dar mais tempo às hipóteses de que cérebros criam mentes. Porque o que sabemos de fato é que a consciência mensurável morre quando o cérebro morre e, até prova em contrário, a hipótese padrão deve ser a de que cérebros geram consciências. Existo, logo penso.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Exercício de páscoa (BIOQUÍMICA)

Futuros universitários... uma listinha de exercício de Páscoa para vocês.
Não coloquei gabarito, pois quero que vocês gabaritem e vamos discutir qualquer dúvida. Bom Divertimento e Feliz Páscoa!!!!!!!


01 - (UFOP MG)      Alguns minerais são essenciais para a manutenção da atividade celular, pois participam direta ou indiretamente de muitas funções celulares. Abaixo estão relacionados alguns desses minerais e a função exercida por eles. A alternativa incorreta é:
a)  O magnésio, juntamente com o ferro, faz parte da constituição da molécula da hemoglobina.
b)  O Iodo constitui um elemento essencial na formação do hormônio da tireóide, a tiroxina.
c)  O cálcio é necessário ao mecanismo de contração muscular e ao processo de coagulação sangüínea.
d)  O enxofre faz parte da composição de aminoácidos como cisteína, cistina e metionina.
e)  O sódio e o potássio estão envolvidos no mecanismo de polarização das membranas celulares. 
02 - (UFMG)         Segundo estudo feito na Etiópia, crianças que comiam alimentos preparados em panelas de ferro apresentaram uma redução da taxa de anemia de 55 para 13%.   Essa redução pode ser explicada pelo fato de que o ferro,
a)  aquecido, ativa vitaminas do complexo B presentes nos alimentos prevenindo a anemia. 
b)  contido nos alimentos, se transforma facilmente durante o cozimento e é absorvido pelo organismo. 
c)  oriundo das panelas, modifica o sabor dos alimentos, aumentando o apetite das crianças. 
d)  proveniente das panelas, é misturado aos alimentos e absorvido pelo organismo.  
03 - (UFAC)    Os seres vivos necessitam de diversos tipos de sais minerais para o funcionamento eficaz das células. Na espécie humana, por exemplo, os íons de cálcio, dentre outras funções, participam da: 
a) Contração muscular e da formação do ácido clorídrico no estômago
b) Coagulação do sangue e da molécula dos ácidos nucléicos
c) Coagulação do sangue e da contração muscular 
d) Composição do osso e da forma da hemoglobina
e) Forma da hemoglobina e da constituição dos hormônios da tireóide 
04 - (CEFET PR)    Muitos sais minerais são importantes para os seres vivos, atuando na forma de íons ou participando da composição de moléculas orgânicas. Assinale a alternativa correta sobre esta atuação. 
a) Os íons cálcio e potássio são importantes na formação da hemoglobina.
b) Os íons sódio e potássio são importantes nos impulsos nervosos.
c) O magnésio participa na formação de um hormônio produzido pela tireóide. 
d) O iodo participa na formação da clorofila.
e) Os íons de ferro são importantes no transporte ativo através da membrana plasmática. 
05 - (PUC RJ)    Atletas devem ter uma alimentação rica em proteínas e carboidratos. Assim devem consumir preferencialmente os seguintes tipos de alimentos, respectivamente: 
a) verduras e legumes pobres em amido.
b) óleos vegetais e verduras.
c) massas e derivados de leite.
d) farináceos e carnes magras.
e) carnes magras e massas. 
06 - (UNIFEI MG)    Os carboidratos, também conhecidos como glicídios ou açúcares, são as macromoléculas mais abundantes na natureza. As seguintes afirmativas se referem a alguns destes carboidratos.
I. Os mais simples, chamados de monossacarídeos, podem ter de 3 a 7 átomos de carbono, e os mais conhecidos, glicose, frutose e galactose, têm 6.
II. O amido e a celulose são polissacarídeos formados pelo mesmo número de moléculas de glicose, que se diferenciam pela presença de ramificações na estrutura do amido.
III. A quitina é um importante polissacarídeo que constitui o exoesqueleto dos insetos e crustáceos. IV. A glicose é formada e armazenada nos tecidos vegetais através da fotossíntese. 
As seguintes afirmativas estão corretas:
a) I, II e IV         b) I, III e IV         c) I e III           d) I e IV 
07 - (UFRR)    Testes bioquímicos realizados durante um experimento revelaram a presença, em uma solução, de dois tipos de biopolímeros, um composto por monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas e o outro composto por aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Além disso, constatou-se que o segundo polímero tinha atividade enzimática glicosidase (quebra ligação glicosídica) 
A propósito da situação acima, é correto afirmar que: 
a) o material de acordo com as características bioquímicas descritas, contém um polissacarídeo e enzima capaz de degradá-lo.
b) as características bioquímicas descritas para os dois biopolímeros permitem concluir que se trata de um polissacarídeo e de um ácido nucléico.
c) o material de acordo com as características bioquímicas descritas, contém um ácido nucléico e enzima capaz de degradá-lo.
d) as biomoléculas encontradas nas análises bioquímicas são carboidratos que formam polímero como a insulina.
e) o biopolímero composto por aminoácidos é uma proteína e todas as proteínas possuem a mesma seqüência de aminoácidos, porém peso molecular diferentes. 
08 - (UEPB)      Se uma pessoa come mais do que precisa, o excesso é armazenado na forma de gordura. Dependendo de problemas glandulares, predisposição hereditária, fatores emocionais, pouca atividade física ou hábitos alimentares incorretos, este acúmulo de gordura evolui para uma enfermidade que aumenta os riscos de ataques cardíacos, de hipertensos e arteriosclerose. Trata-se da(o):
a)  anoxia
b)  obesidade
c)  diabetes
d)  anorexia
e)  bulimia 
09 - (UEPB)     A revista Veja - edição 1858 - ano 37 - nº 24, de 16 de junho de 2004, em sua matéria de capa, destaca: "Um santo remédio? Eficazes para baixar o colesterol, as estatinas já são as drogas mais vendidas no mundo". No conteúdo da matéria, as articulistas Anna Paula Buchalla e Paula Neiva discorrem sobre os efeitos desta nova droga no combate seguro aos altos níveis de colesterol. Sobre o colesterol, analise as proposições abaixo:
I.  O colesterol é um dos mais importantes esteróis dos esterídeos animais, produzido e degradado pelo fígado, que atua como um órgão regulador da taxa dessa substância no sangue.
II.  O colesterol participa da composição química da membrana das células animais, além de atuar como precursor de hormônios, como a testosterona e a progesterona.
III.  Quando atinge baixos níveis no sangue, o colesterol contribui para a formação de placas de ateroma nas artérias, provocando-lhes um estreitamento.
IV.  Há dois tipos de colesterol: O LDL e o HDL. O primeiro é o "colesterol bom", que remove o excesso de gordura da circulação sangüínea.
Assinale a alternativa correta:
a)  Apenas a proposição I é correta.
b) Apenas a proposição II é correta.
c) Apenas as proposições I e II são corretas.
d) Apenas as proposições III e IV são corretas.
e) Todas as proposições são corretas. 
10 - (URCA CE)    Observe a canção a seguir:  ♫ Marido se alevanta e vai armá um mundé Prá pegá uma paca gorda prá nóis fazê um sarapaté ... Sujeito te alevanta e vai na venda do venderão Comprá uma carne gorda prá nois fazê um pirão... Entonce marido se alevanta e vem tomá um mingau Que é prá criá sustança prá nóis fazê um calamengal ♫ ABC do preguiçoso, Xangai 
Alguns procedimentos serão feitos pelo nosso organismo em relação trecho apresentado por Xangai. Analise os itens: 
I. A “paca gorda” e a “carne gorda” apresentam na sua constituição gorduras. Estas moléculas são digeridas no intestino pela ação da enzima lipase presente no suco pancreático. Também sofrem ação química da bile presente no suco biliar lançado no duodeno que atua na digestão de gorduras e na absorção de substâncias nutritivas. 
II. O “mingau” apresenta na sua composição leite, açúcar e amido. A digestão dos seus constituintes já tem início na boca com a ação da amilase salivar para o açúcar e do leite pela renina e se concluirá no intestino delgado pela ação da amilase pancreática e tripsina, produzindo principalmente maltose e peptídeos. 
III. O “mingau” e o “pirão” são bastante ricos em amido. Sua digestão já tem início na boca com a ação da amilase salivar e se concluirá no intestino delgado pela ação da amilase pancreática, produzindo principalmente maltose e galactose. 
IV. O trecho “prá nóis fazê um calamengal” se refere a uma atividade física a qual requer o gasto de energia. Energia esta proveniente da queima da glicose pela via das pentoses mediante a ausência de oxigênio. 
V. A “paca gorda” e a “carne gorda” que são enfatizadas no texto apresentam na sua constituição proteínas. Estas moléculas são digeridas no estômago pela ação da tripsina e no intestino delgado pela pepsina.  
Estão corretos somente: 
a) I e III.            b) I, III e IV.            c) I, II e III.           d) II, III e IV.          e) I, III e V. 
11 - (UFRJ)     Os lipídeos são os nutrientes de maior teor calórico, seguidos por carboidratos e proteínas. A elevação dos níveis sangüíneos de insulina é um dos principais sinais responsáveis pela mobilização dos excedentes nutricionais sob forma de lipídeos pelo tecido adiposo. Com o intuito de evitar esse efeito da insulina, muitas pessoas recorrem a uma dieta baseada na ingestão exclusiva de lipídeos e proteínas. Apesar de seus efeitos sobre a saúde serem discutíveis, esse tipo de dieta pode conduzir efetivamente a uma perda e massa corporal (peso). Explique por que uma dieta baseada na exclusão total dos carboidratos, apesar doseu alto valor calórico, não leva ao acúmulo de lipídeos no tecido adiposo.
12- (UFOP MG)    O colágeno é uma proteína fibrosa e um dos constituintes mais abundantes do tecido conjuntivo dos vertebrados, encontrada principalmente em tendões, pele, vasos sangüíneos, ossos e cartilagens. Diferentemente de outras proteínas, o colágeno é muito rico nos aminoácidos prolina e hidroxiprolina. Como a hidroxiprolina não é um dos 20 aminoácidos comumente encontrados em proteínas, a sua incorporação ao colágeno pode ser explicada de duas maneiras: (1) a prolina é hidroxilada por enzimas antes da sua incorporação ao colágeno; (2) a prolina é hidroxilada depois de sua incorporação ao colágeno. Para testar estas hipóteses, os seguintes experimentos foram realizados:
I. Administrou-se prolina marcada com carbono radioativo (14C-prolina) a um rato e isolou-se o colágeno da cauda. Verificou-se então que esta proteína recém–sintetizada apresentou radioatividade. II. Administrou-se hidroxiprolina marcada com carbono radioativo (14C-hidroxiprolina) a um rato. Nenhuma radioatividade foi encontrada no colágeno recém–sintetizado. 
Com base nestes experimentos e em seus conhecimentos sobre proteínas e necessidades nutricionais, responda:
a) Que conclusões poderão ser extraídas deste experimento em relação às duas hipóteses apresentadas?
b) A conversão metabólica de prolina em hidroxiprolina é dependente de um fator essencial na alimentação dos primatas. Que fator é esse?
c) No comércio, o colágeno processado industrialmente é denominado “gelatina”, que é constituída por uma mistura de polipeptídeos solúveis, ricos em aminoácidos de cadeia lateral pequena, como glicina, alanina, prolina e hidroxiprolina. Dados da literatura especializada mostram que ratos recém-desmamados não crescem adequadamente quando são alimentados com uma dieta que contém todos os fatores essenciais, mas tendo como base de proteínas a gelatina. Por quê?.

13 - (FUVEST SP)      Descreva um experimento para determinar o pH ótimo de ação de uma protease na digestão da clara do ovo e indique um teste que permita verificar a ocorrência da digestão.
14- (UFJF MG)     Há xampus cujos rótulos registram a presença dos aminoácidos constituintes da seda. Muitas pessoas compram esses produtos acreditando que a disponibilidade desses aminoácidos altera a constituição protéica do cabelo, tornando-o mais saudável.
a)  Supondo que os aminoácidos presentes no xampu penetrem nas células que formam o cabelo, é correto afirmar que haverá mudanças na seqüência de aminoácidos das novas proteínas que forem sintetizadas? Explique.
 b)  Pesquisadores, estudando novos tratamentos para a calvície, observaram que algumas drogas aumentavam o tamanho do nucléolo das células do couro cabeludo. Qual é o significado disso com relação à síntese de proteínas? Explique. 
15 - (FUVEST SP)      O kwashiorkor e o marasmo são doenças infantis por deficiência nutricional encontradas em regiões subdesenvolvidas. Kwashiorkor é uma palavra de origem africana que significa “doença que afeta uma criança quando nasce outra (uma irmã ou um irmão)”. A doença caracteriza-se por retardo de crescimento, cabelos e pele descoloridos e inchaço do corpo, principalmente da barriga, devido ao acúmulo de líquido nos tecidos. Esse quadro decorre da falta quase completa de proteínas na dieta, a qual é constituída essencialmente por carboidratos.  O marasmo, fraqueza extrema, caracteriza-se por atrofia dos músculos, ossos salientes e fácies de um velho; é um quadro de subnutrição completa causada por deficiência calórica e protéica.
a)  Explique a relação entre a causa do kwashiorkor e o significado atribuído a essa palavra africana. b)  Por que alimentos protéicos são fundamentais na composição da dieta das crianças?
c)  Explique por que a deficiência calórica faz a criança emagrecer. 
16 - (UFRRJ)     Radicais livres – um assunto da moda Há muito tempo que a Medicina já reconhece os radicais livres como verdadeiros vilões do nosso organismo. Eles são átomos ou moléculas livres dotados de cargas elétricas, resultantes, muitas vezes, das próprias reações intracelulares, ou provenientes do meio externo, que se mostram prejudiciais à saúde. São conseqüências do estresse, dos desvios alimentares, do fumo, das atividades físicas exageradas e da poluição ambiental. Atualmente, estão sendo muito comentados, tendo em vista os avanços da Medicina Ortomolecular. A partir do exposto, responda:
a) De que maneira os radicais livres agem no organismo humano?
b) Cite um exemplo de local e forma de ação dos radicais livres no organismo do homem. 
17 - (UFRJ)    Logo após a colheita, os grãos de milho apresentam sabor adocicado, devido à presença de grandes quantidades de açúcar em seu interior. O milho estocado e vendido nos mercados não tem mais esse sabor, pois cerca de metade do açúcar já foi convertida em amido por meio de reações enzimáticas. No entanto, se o milho for, logo após a colheita, mergulhado em água fervente, resfriado e mantido num congelador, o sabor adocicado é preservado. Por que esse procedimento preserva o sabor adocicado dos grãos de milho?

slide de Vitaminas

Galera que vai passar olha ai mais um slide do nosso assunto : Vitaminas é para estudar nessa páscoa.. não vão se intoxicar com chocolate..